segunda-feira, fevereiro 27, 2006

voce vive numa queda livre. como se caisse num poco muito fundo. queda pra-sempre. queda monotona. queda que cai sem saber. escuro que olha e nao ve. vida que passa sem passar. horas que se arrastam. dias que se arrastam. tedio.
entao voce encontra o chao. o chao que queria achar. o chao que pedia pra ver. o chao que era tao interessante. aquele chao que seduzia. o chao que prestava. o chao esperado, amado. o chao que era tao-melhor que tudo.
e voce vai de encontro ao chao. e choca-se num baque surdo. a dor pesa. e jah nao sente mais o vento. e jah nao sente mas vontade. decepcao.
aih voce enxerga. aquele chao era nada. era duro. era frio. era pesado. era nada. era nada. e aquela ilusao do melhor. aquela estupida ilusao do que era tao-melhor, escorre por entre as frestas. dissolve. some. deixando um espaço pra outro sonho vago e colorido entrar. o sonho de cair. cair pra sempre. cair. tao-melhor.
somos todos paspalhos de marca maior.