segunda-feira, outubro 16, 2006

tao dificil admitir. tao dificil. olha. que os olhos castigados sao a prova da mais profunda humilhacao - pra mim, por voce. olha. que estou sufocada pelos solucos dos pesares. escuta. que minhas palvras ficaram mudas. senti o baque do chao. talvez nem seja o chao. mas ve, que vc me atirou mais fundo do que eu poderia ir. olha, amor. que o sofrimento eh a mais nobre sensacao de estar vivo. sente, meu bem. que as lagrimas que escorrem me fazem viva como nunca. sente. o gosto eh amargo pra mim. o horizonte eh distante pra mim. a vida anda tao sutil pra mim.

quis me salvar em voce. quis te querer. quis chorar - e chorei. quis voltar, mas jah tinha ido longe demais.

sexta-feira, agosto 18, 2006

escuta, amor, eh com o que me resta que te digo: nao me conheco mais. nao te conheco mais. e a vida se fez assim. as sutilezas dos sorrisos, os brilhos dissimulados. entao nao ha mais nada. e ficamos entre precipicios. e ficamos entre muralhas. mas, nao, amor, nao. nao nos perdemos em alguma esquina. nem saltamos naquela ponte. simplesmente sumimos. e sumir, bem bem, nao quer dizer desaparecer. percebe as sutilezas? nao, amor, nao. ainda vivemos os mesmos tempos de antes. ainda respiramos. por deus, ainda existimos. e quem, me diga, quem somos nos? eu sei, sei que eh tarde pra saber, sei que eh triste para lembrar. mas, veja, meu bem. tu, tu que sempre fostes o meu bem. tu que sempre me arrancastes suspiros e declaracoes inflamadas. ai estah. por onde tu andastes? por onde? meu carinho por ti nao te persegue. ele existe. e existencia assim, amor, eh prasempre. e tu sabes.
e agora, agora, querido, te digo com os olhos baixos de quem quer ver: nao me conheco mais. nao me sinto mal por isso. nao te sinto mal por isso. me sinto viva e gostando de ti como sempre. e isso me basta.

sexta-feira, julho 28, 2006

quero um copo bem grande de nada. com sabor de tudo. com sabor de vida tomada. com cor de felicidade reprimida.
quero um copo grande de amor.

quinta-feira, junho 22, 2006

e aquela mania de carregar um coracao na cabeca parecia que nunca ia passar. bendita hora que ela resolveu ser assim. bendito dia que ela resolveu sorrir. e quem vai impedir? quem vai lutar por ela? quem vai enxugar as lagrimas dela?

e quem vai sorrir pra ela?

tanto faz. ela nao queria qualquer sorriso ai. queria soh um. e sabe que nao tem. tah em falta. e ela liga? nem. prefere aquele e pronto. simples assim.

e quem vai faze-la entender?

ninguem. porque isso nao se entende. soh nao vah fazer papel de boba, de novo. eu sei. sei que faco. mas quem vai notar? quem?

queria ser mais forte.

terça-feira, junho 06, 2006

e quando a vontade vem? e quando a unica coisa que lhe soa pertinente eh gritar? e quando a unica vontade que lhe resta eh encolher-se? e quando as suas palavras parecem vagas? e quando seu sorriso parece vazio? e quando as suas questoes pulam da boca num murmurio mudo? e quando barreiras se erguem? e quando os olhos nao enxergam? e quando os sonhos perdem a cor? e quando o abraço envolve o ar? e quando a ausencia pesa? e quando o nada se faz tudo? e quando se descobre que o tudo eh nada?

e quando ela chorar, alguem vai ouvir?

sentir-se assim eh frio. sentir-se encolhida machuca. como eh ruim afogar-se no ar. como eh ruim pensar no infimo que se faz. pensar que um sentimento. um soh sentimento. dois talvez. ela nao sabia. soh queria entender. como sempre. queria entender. entender. ela achava-se tao menor. de novo. tao pequena. tao efemera. tao volatil. tao estupiadamente pequena.

palermamente emocional. bestiamente sentimental. retardamente insensivel. ela sabia. sabia disso. sabia que era horrivel. que fora amavel. que era detestavel. que fora querida. formas distorcidas do passado. fora? era? eh? presente nao lhe agrada. sonhadora demais pensando no futuro. sofredora demais apegando-se ao passado. momento a gente vive. vida a gente controi. contrucao a gente faz. fazer a gente deixa pra depois. ela nao vive o agora. tem medo. enxerga pra tras. escuta com atraso. age tardiamente.

presa na rede das superficialidades. tao futeis perto da profundidade da sua personalidade. tao pasmalhamente raso. tudo tao vazio. ela tao complexa. tao errada. tao confusa. tao cheia de tudo. tao cheia de nada.

sorrisos passageiros, caminhos perdidos, rotas alteradas.
felicidade quebrada, fatos mal-ditos.
amor verdadeiro?

sábado, maio 20, 2006

sambando errado

entao. sabe aquela sensacao de sempre estar perdendo alguma coisa? ou entao aquele gostinho de sempre estar fazendo errado? e aquele desgaste de fazer o que voce sabe melhor: nada. bom, nao exagero, eu faco algumas (poucas) coisas.

a pior sensacao dessas aih, talvez nao seja nenhuma. talvez a pior seja a frustracao. a que vem me soprar aos ouvidos de noite. que me faz prometer mundos e fundos. "amanha vou ser melhor". "amanha vou fazer isto, aquilo, aquele outro e da melhor maneira possivel". que bela tratante de consciencia me saio. de verdade. falaciante-mor. prometo todo dia ser melhor. mas parece que as promessas simplesmente morrem enquanto durmo. ou talvez eu esteja num estado tao ebrio de razao que elas fluem e pronto.

eu tento me auto-argumentar. que porcaria. me condeno, depois eu mesmo faco o sacrificio infimo de me auto-inocentar. nao que eu seja realmente inocente. nem que eu seja realmente culpada por tal desvio de moral. soh acho que devia me cobrar mais, empenhar-me mais? a-ham.

e como aquele fumante que jura-por-deus parar amanha, como aquele acima do peso que promete ateh seu ultimo suspiro começar o regime assim que acordar; eu assino embaixo. sei que nao vou fazer. mas sao as falsas promessas que me fazem querer ir mais longe.

e "pra ser sincero e muito claro, pra confessar que andei sambando errado, talvez ateh precise tomar na cara, pra ver que o samba tah bem melhorado" parafraseando chico, eu digo: na verdade eu nunca soube sambar.

quarta-feira, março 15, 2006

faz um certo tempo que tenho notado que escrever o que nem eu entendo me alivia. eu gosto. palavras sao confortantes quando voce nao tem (ainda) estreitos lacos de amizade.

mudar eh dificil. eh trabalhoso. exige disposicao pra comecar daquele inicio. pra falar daquelas coisas. pra esbanjar explicacoes sobre voce; e se admirar fazendo algo que ateh tinha esquecido que um dia fez. ah, comecar. comecar me soa tao doce. doce como uma bala que voce nunca experimentou. a sensacao eh a mesma. todas as vezes ela vai lhe parecer diferente, mesmo senda a mesma. porque comeco eh promessa. promessa eh esperada. eh sentida. eh idealizada ao ponto de sentir gostos que nao existem. de imaginar sabores que nao tem. de ver cores no preto. de ver esperanca no nada. de ver expressao no mudo.

eu sei. ah eu sei. sei que metade eh fantasia. que metade eh confete. que metade eh sonho. mas sempre que eu penso se fiz certo, se eu estou no lugar certo; eu lembro. lembro da escolha que eu fiz. ou melhor. da escolha que eu nao fiz, mas para que ela se fizesse. e eu calei. e eu esperei como quem espera um teste de gravidez. vida nova? vida de sempre? eu tambem fiz planos. pros dois casos. eu tambem tentei imaginar o que seria, e o que nao seria. e fiquei confusa. e disse "sim" e disse "nao". talvez, tantas vezes que deixei pra ser. o que seria, foi. e eu tomei isso como certo. sedenta pela mudanca que eu sabia q viria. tanto lah. tanto aqui. agora nao me cabe mais duvidar, nem julgar. a vida eh. a vida vai. presente, futuro, passado...tudo segue um curso, meu bem. voce vai seguir o seu. entao soh seja. soh viva. soh deixe que aconteca. nao apresse o que voce nao pode controlar. nao corra pra onde voce sabe que nao pode ir. fique. seja, meu bem, seja.

domingo, março 12, 2006

[menino do jeito assim]

olhar de quem vai longe
jeito de quem nao tah nem aih
um dia eu te pego, meu bem
quero ver daih

voce sabe o que eu quero
e eu sei o que voce quer
vem dancar comigo hoje,
mas nao uma musica qualquer

quero aquela que voce esconde
bem no fundo dos seus vinis
aquela que voce danca o tempo todo
mexendo assim os quadris

deixa de manha e vem comigo
nao me maltrata assim
um dia as coisas mudam
e seu ego preto e branco vai lembrar de mim

entao vamos soh mais uma vez
pode ser sua ultima chance
poe seu tenis velho, aquela calca desbotada
e me olha assim, de relance

vem de cabelo baguncado,
querendo ser feliz
porque eu quero voce inteiro,
do jeito que a vida um dia quis

e quando a noite acabar
eu vou saber, meu bem
atras da pose de menino despojado
um coracao bate tambem.

[bloh.]

quarta-feira, março 01, 2006

[tedio]

incrivel como algo inutil como o tedio pode incomodar. incomodar demais, por sinal. porque tedio eh assim. nao doi. nao pesa. nao machuca. inutil mesmo.
esse eh o tedio: uma bola que nao quica. um carro que nao anda. um doce sem gosto. e deve ser exatamente por isso que ele irrita tanto. porque eh insosso. porque eh transparente. porque ele eh, obvio, nada! e praticar esse esporte "tedio" tem sido cansativo. tedio maratonista. se toda essa forca tediosa fosse convertida em algo produtivo, meu amigo...eu acho que teria superado picasso. mas, como eu sou incapaz de canalizar a força maior do tedio, cah estou, meu amigo, superando somente o mendigo da esquina... logico, pelo menos eu levanto pra ir comer, nao fico soh ali parada esperando que me joguem alguma coisa.
a decadencia humana eh fascinante.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

voce vive numa queda livre. como se caisse num poco muito fundo. queda pra-sempre. queda monotona. queda que cai sem saber. escuro que olha e nao ve. vida que passa sem passar. horas que se arrastam. dias que se arrastam. tedio.
entao voce encontra o chao. o chao que queria achar. o chao que pedia pra ver. o chao que era tao interessante. aquele chao que seduzia. o chao que prestava. o chao esperado, amado. o chao que era tao-melhor que tudo.
e voce vai de encontro ao chao. e choca-se num baque surdo. a dor pesa. e jah nao sente mais o vento. e jah nao sente mas vontade. decepcao.
aih voce enxerga. aquele chao era nada. era duro. era frio. era pesado. era nada. era nada. e aquela ilusao do melhor. aquela estupida ilusao do que era tao-melhor, escorre por entre as frestas. dissolve. some. deixando um espaço pra outro sonho vago e colorido entrar. o sonho de cair. cair pra sempre. cair. tao-melhor.
somos todos paspalhos de marca maior.

sábado, janeiro 28, 2006

sabe aquela vontade que eu falei? pois eh. sumiu. mas eu acho que volta, ou nao. bleh.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

[resolucoes e resultados]

a sensacao de dever cumprido eh realmente satisfatoria. um dever cumprido. o maior deles, alias. mas eu paro e penso. eh esse dever que eu quero? nao vou mentir. quis (e muito). porem, vou mentir se disser que, atualmente, meu dever segue essa linha. porque nao segue. o outro dever eh mais subjetivo. cansei de ser objetiva. fui um ano inteiro objetiva. deu certo? deu. mas quando se trata de sentimentos, ser objetiva eh ridiculo. tao ridiculo quanto esse dever que anda a atormentar minha cabeca. tao ridiculo quanto a minha vontade dilacerante de ver seu sorriso plantado na minha frente. tao ridiculo quanto a minha espera. nao devia esperar. mas eu nao consigo nao-dever. porque eh exatamente esse meu dever. pensar em voce. pensar no que nao aconteceu. pensar num jeito de te ver ali. alcancavel. paupavel. perto. e que estupida eu sou. eu posso querer. eu posso tentar. eu posso me iludir. mas te controlar, jamais. e isso me irrita profundamente.
quero brincar de marionetes. quero sentir o prazer de mandar. quero sentir o que nao se sente. quero experimentar o que nao se experimenta. quero entrar num caminho novo. quero me perder no nada. no infinito. e sem rodeios: quero dancar eh no seu pensamento, e ponto final.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

[sonhos]

o mesmo conforto quente e aconchegante. os mesmos sussuros leves. o mesmo toque dilacerante. a mesma sensacao vazia que descreve tudo. os meus sonhos estupidos que trazem voce pra mim.

terça-feira, janeiro 17, 2006

[mais]

Vou gritar ateh nao conseguir mais. Quando cansar, vou socar o travesseiro ate nao querer mais. Quando enjoar, vou ficar quieta ateh nao querer mais. Quando resolver, vou chorar ateh nao querer mais. Quando desistir, bem, daih, sem mais.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

[vas filosofias a cerca do amor]

Amor. Assunto batido demais. Mas sempre alguem tem algo novo a acrescentar, ou nao. Nao digo que eu tenha mesmo algo de interessante para filosofar. Sao impressoes. E impressoes, as vezes, valem bem mais do que qualquer tese de doutorado.

Nao vim aqui para escrever poesias dignas de quinta série, nem contar uma fabula fantastica digna de disney. Nao, nao. Vamos fugir de mesmice (e por que nao palermice?) do amor romantico do seculo 19. Chega do amor mocinho. Chega. Cansei. Amor eh uma bela de uma facada nas costas. Pronto. Nao que ele provoque hemorragias internas, ou perfuraçao de orgaos vitais. Nao me refiro aos danos fisicos, mas aos psicologicos. Nesse ponto a dor eh a mesma. Aquela dor folgada. Que vem aos pouquinhos. Que estrangula devagar. Dor inconsciente. Dor estupida.

E logico, se ela eh uma dor estupida, estupidos primeiros somos nos. Alguem disse que um amor soh eh grande se for triste. Deve ser verdade. Porque saimos caçando esse sentimento mesquinho por aih. Fazendo um esforço descomunal para gostar. Deviamos escrever um ode a tortura, porque eh disso que gostamos. Gostamos do martirio e do papel divino de vitima.

Para ilustrar, acompanhemos a historia generica de um (a) amante sofredor (a) classico (a):

1) Geralmente a pessoa nao gosta de ninguem, mas sente necessidade disso. Nao pode se contentar com o amo- proprio e nem com o bem-estar, porque isso é "chato". (note a tendencia para o auto-flagelamento surgindo no intimo do individuo)

2) Munido (a) de muita força de vontade ( ou de uma vontade gritante de sofrer) ele (a) sai a procura de um (a) suposto (a) pivo do vilao maior chamado amor. E essa procura, diga-se de passagem, eh incansavel e deveras exaustiva. Mas tudo bem. Porque nesse ponto o objetivo maior e primordial eh encontrar o famigerado sentimento. (note a empenho obssessivo para adquirir o perfil sofredor de um (a) amante classico (a))

3) Encontrada a pessoa certa, segue-se uma serie de sintomas dignos de doenças fatais. Cegueira momentanea, tonturas mentais, desligamento central, sudorese, insonia, estress continuo, irritaçao com familiares, necessidade de estar sozinho, devaneios noturnos (...), entre outros que variam conforme o individuo. (note e pasme, ele (a) foi realmente atras disso tudo. mas, como eh amor, ninguem fala nada. ah. pelamordedeus, se fosse uma uma tuberculose auto-adquirida, todos estariam chocados.)

4) Como o indivudo em questao eh um sofredor classico, vamos admitir somente uma hipotese. A da divina desilusao. Pronto, ai estah. Chegamos ao apice! Dores profundas no peito, falta de apetite, insonia prolongada, devaneios matutinos, vespertinos e noturnos, suspiros insistentes, depressao profunda. (note a sindrome da fossa escura, companheira inseparavel do amor, mostrando seus sintomas fetidos.)

5) Aqui, nosso (a) companheiro (a) irah atingir o ponto supremo. Depois de noites sem dormir e dias inexpressivos. Depois de quilos a menos e de horas testando seu discurso, nosso (a) sofredor (a) classico (a) ira tomar satisfaçoes com o bode espiatorio da historia (sim, porque os verdadeiros culpados sao o proprio (a) sofredor e o maldito amor) . No meio de suas palavras ensaiadas e frases feitas, surge aquela que é o climax: "voce me odeia ou simplesmente me ignora?" Strike. isso sim eh uma obra de arte digna de qualquer obra shakespiriana. (note a perda de noçao e de senso critico do (a) amante sofredor (a))

6) Como estamos ilustrando necessariamente o caso do (a) sofredor (a), soh admitiremos uma resposta. Nao o "odeio" nem o "ignoro", mas sim o "odeio E ignoro".
A saga foi cumprida e irah perdurar ateh que outro bode espiatorio apareça. Porque o amor nao desiste facil. Estah sempre pronto para dar-lhe uma facada nas costas, ou duas quem sabe.

Encerrando a minha tese, concluo que eh melhor comprar um chicote e se auto-flagelar, ou entao auto-adquirir uma tuberculose. Porque essa pelo menos tem cura.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

[mentiras, enganos, hipoteses]

Entao voce para. Diz que vai esquecer. Jura por deus-do-ceu que nunca vai voltar. Obvio que nunca eh muito nunca para qualquer pessoa. Quando voce menos espera, tcharans! La estah sua consciencia a lhe trair. Muito baixo da parte dela, eu diria. Voce, entao, iludido, começa a acreditar na doce mentira de que mudou. Ou entao naquela hipotese remota que tenha tudo sido um engano. Besteiras. Falacias baratas. Ninguem mudou. Ninguem voltou atras.

[palavras, palavras, blablablas]

As vezes, ate eu me canso dos meus blablablas. Nao dos textos, mas dos blablablas mentais que, definitivamente, nao querem calar. Estupidos blablablas. Geralmente falam do mesmo e desgastado assunto. Blablablas: imbecis dramaticos baratos. Vou viver procurando bleblebles, ou blibliblis, ate (quem sabe) os feios blobloblos, e por que nao blublublus? Porque, certamente, eles sao menos incovenientes que os (idiotas) blablablas.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

[volta, arrependimentos e hesitacoes]

Poucos voltam. Alguns se arrependem. Outros so olham pra tras. Eu fiz as tres coisas. Voltei para as palavras. Nao que as tenha deixado algum dia. Arrependi-me de nao ter vindo antes. Nao que faltasse vontade. Olhei para tras e senti saudades. Nao que tenha sentido antes.

[sonhos, promessas e ilusoes]

E eh. Ai vou eu. Me segura? Acho que nao. Ninguem sabe como eh, ou ate saibam. Mas doi tanto que ninguem quer contar. Sufoca tanto, que ninguem consegue falar. Nao vou pular. Tenho medo de altura. Nao vou me jogar, sei que nao irao me esperar la embaixo. Talvez alguem espere, mas e dai? Nao faz diferenca se nao for o todo. Esse todo infimo e mesquinho. Um faz diferenca. Ainda mais se esse um for justamente aquele um. Aquele que ja falei. Aquele que sabe que eh o um, mas finge que eh nenhum.

Prometo que um dia pulo. Mas nao hoje. Mas nao amanha, nem semana que vem. Confio em voce, mas nao no um. Ele eh distraido, pode nao me notar. Entao eu vou sentar. Vou mexer os pes de modo infantil. Vou cantar qualquer coisa que lembre coisa qualquer. Vou sentir a ausencia me estrangular devagar. Vou cansar . Vou fugir. Vou esquecer. Vou desgostar. E o um vai ser so mais um. Bem onde ele queria estar.