escuta, amor, eh com o que me resta que te digo: nao me conheco mais. nao te conheco mais. e a vida se fez assim. as sutilezas dos sorrisos, os brilhos dissimulados. entao nao ha mais nada. e ficamos entre precipicios. e ficamos entre muralhas. mas, nao, amor, nao. nao nos perdemos em alguma esquina. nem saltamos naquela ponte. simplesmente sumimos. e sumir, bem bem, nao quer dizer desaparecer. percebe as sutilezas? nao, amor, nao. ainda vivemos os mesmos tempos de antes. ainda respiramos. por deus, ainda existimos. e quem, me diga, quem somos nos? eu sei, sei que eh tarde pra saber, sei que eh triste para lembrar. mas, veja, meu bem. tu, tu que sempre fostes o meu bem. tu que sempre me arrancastes suspiros e declaracoes inflamadas. ai estah. por onde tu andastes? por onde? meu carinho por ti nao te persegue. ele existe. e existencia assim, amor, eh prasempre. e tu sabes.
e agora, agora, querido, te digo com os olhos baixos de quem quer ver: nao me conheco mais. nao me sinto mal por isso. nao te sinto mal por isso. me sinto viva e gostando de ti como sempre. e isso me basta.
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